"Como lidar com os momentos de preguiça?!"
Recebi esta pergunta de um aluno e, verificando a imensa "utilidade pública" do tema, resolvi responder via post aqui no nosso blog.
Primeiramente, ter preguiça é normal. Essas necessidades de pausas são produto da própria atividade cerebral - que se utiliza de certos períodos de baixa para estabelecer algumas conexões de que precisa.
Por outro lado, a preguiça em demasiado conduz à inatividade prolongada. Esta, por sua vez, provoca efeitos nefastos no corpo humano, como se fosse atrofiando as potencialidades da pessoa.
Se o que você sente for DE FATO preguiça, o cuidado é apenas com o tempo. Você estabelece um período em horas/minutos para restabelecer a produtividade. Inicialmente será difícil, mas o corpo se acostuma com o ritmo que imprimimos nele. Logo você verificará que estará trabalhando bem com períodos de tempo para cortar o “momento relax” e retornar à ativa.
Ocorre que o que muitos chamam de preguiça, na verdade não é...
Os ocidentais costumam estabelecer cada vez mais metas e desejam realiza-las em cada vez menos tempo - almejando o êxito.
Vamos trazer essa lógica para o universo dos estudos...
Quanto maior for o certame a que você quer se submeter – em relação ao número de fases e ao número de matérias – você deve estabelecer um tempo proporcional para executar o que essa decisão vai demandar de você.
Mas não... A criatura espera ser aprovada em carreiras consideravelmente difíceis em um tempo extremamente curto; Faz algo próximo a uma tentativa de preparação; obtém algumas reprovações e... perde o entusiasmo.
A partir daí, tudo relacionado ao objetivo mencionado parece ter se tornado mais penoso e difícil do que realmente o é.
Quando a pessoa que esperava ser aprovada em um ano verifica que este objetivo demandará – ao menos – três, por exemplo, o ciclo de procrastinação entra em cena. “Ora, já que vai demorar tanto, se eu ficar mais meia hora aqui na rede social, não afetará em nada”. E aquela meia hora, viram duas horas e, nessa, a exceção vira regra.
Passados os três anos, você verifica que não produziu nem o que você havia produzido naquele primeiro ano – quando acreditava que as coisas eram mais fáceis. Ou seja: O ritmo que deveria ter aumentado, diminuiu consideravelmente.
Mas você esqueceu de incluir mais um ano naqueles três, correto?
Continua fazendo a conta como se estivesse ganhando bagagem. Aí vem a nova frustração. E o que parecia difícil, agora parece inatingível.
Pronto. Você criou super-heróis só seus! Começa a olhar aqueles que passaram como pessoas que tem algo a mais, ou receberam alguma facilidade a mais da vida. Errado. O lance não é ver o que estas pessoas têm/são. Mas você analisar o que você FAZ. Especialmente, quantas vezes você programou mal a sua meta em relação às suas ações e como você deixou de reprogramar o tempo em razão das vezes que você mesmo não cumpriu o programado.
Essa perda de entusiasmo e o vício de procrastinar se relacionam muito mais com o foco que foi direcionado para os nossos objetivos (ou perdidos, dispersos em comodidades fáceis e líquidas) do que efetivamente com o que chamamos de preguiça.
Por isso falei inicialmente nos ocidentais. Porque para os orientais, a ideia de que grandes conquistas demandam grandes esforços (ou grandes períodos de tempo dedicado a elas) é algo instintivo e óbvio. Quanto mais elevado for o seu objetivo, maior a dedicação naquele sentido. Eles sabem que tudo é fruto de um processo de amadurecimento e conquista. Notem: Processo; Não ato!
Por aqui só queremos a parte da conquista... Não olhamos, inicialmente, para o que DE FATO é feito em prol dela. Aí nos tornamos suscetíveis a alterar o rumo das coisas e a agigantar aquilo que deve ser um pequeno esforço diário – e não a sua sentença de morte.
Estabelecido que você já consegue cumprir aquele número diário de estudo, aumenta-se a carga. Assim, seu corpo já estará pronto para absorver mais conteúdo por dia - uma vez que você não chegou do zero e partiu para dez horas de estudo diários, por exemplo.
A rigor, o que nos faz parecer estarmos com preguiça é, em verdade, estarmos mal direcionados e antenados com o propósito que estabelecemos.
Em qualquer área, se você estabeleceu que a atividade X, com o salário X e aquela modalidade de realização pessoal e estabilidade financeira é o que você quer para a sua vida, isto deve corresponder ao que você está disposto a fazer até alcançar. Tudo o que for feito neste sentido deve parecer, de alguma forma, gratificante aos seus olhos... Afinal, são os tais tijolos do castelo.
Não podemos esperar investir muito pouco e auferir o nosso céu.... O erro foi de programação e de escolhas.
Quando você está conectado com as suas decisões, todo passo naquele sentido vai lhe parecer algo positivo, de modo que o sentimento será o inverso ao dessa aparente preguiça: Você ficará viciado em “matar os conteúdos” e chegará – ao extremo – de se sentir em dívida com você mesmo quando não verter o seu máximo para sentar e estudar.
Mas, repito, não acorde amanhã e espere se sentir assim. Programe uma dose inicial e se cobre ir aumentando isso ao longo das semanas/meses.
Portanto, abram os olhos: A preguiça pode ser controlada com a disciplina!
Aquela velha história de “quando cansar aprender a descansar, não a desistir”. Entretanto, não se traiam aferindo mal o que realmente acontece com a sua rotina. Verifique as metas estabelecidas e as estratégias traçadas. Veja se a execução está em uma crescente e ajuste as falhas. Falhar é normal! O diferencial é o que fazemos para percebê-las e, principalmente, corrigi-las – devolvendo, assim, o trem para o trilho da rota que queremos seguir!
Bons estudos!!!!
Respondendo às mensagens sobre a minha trajetória até me tornar Delegada de Po
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