"Como lidar com os momentos de preguiça?!"

"Como lidar com os momentos de preguiça?!"
O mundo paralelo dos concursos

22/07/2018

"Como lidar com os momentos de preguiça?!"

Recebi esta pergunta de um aluno e, verificando a imensa "utilidade pública" do tema, resolvi responder via post aqui no nosso blog. 

Primeiramente, ter preguiça é normal. Essas necessidades de pausas são produto da própria atividade cerebral - que se utiliza de certos períodos de baixa para estabelecer algumas conexões de que precisa.

Por outro lado, a preguiça em demasiado conduz à inatividade prolongada. Esta, por sua vez, provoca efeitos nefastos no corpo humano, como se fosse atrofiando as potencialidades da pessoa.

Se o que você sente for DE FATO preguiça, o cuidado é apenas com o tempo. Você estabelece um período em horas/minutos para restabelecer a produtividade. Inicialmente será difícil, mas o corpo se acostuma com o ritmo que imprimimos nele. Logo você verificará que estará trabalhando bem com períodos de tempo para cortar o “momento relax” e retornar à ativa.

Ocorre que o que muitos chamam de preguiça, na verdade não é...

Os ocidentais costumam estabelecer cada vez mais metas e desejam realiza-las em cada vez menos tempo - almejando o êxito.

Vamos trazer essa lógica para o universo dos estudos...

Quanto maior for o certame a que você quer se submeter – em relação ao número de fases e ao número de matérias – você deve estabelecer um tempo proporcional para executar o que essa decisão vai demandar de você.

Mas não... A criatura espera ser aprovada em carreiras consideravelmente difíceis em um tempo extremamente curto; Faz algo próximo a uma tentativa de preparação; obtém algumas reprovações e... perde o entusiasmo.

A partir daí, tudo relacionado ao objetivo mencionado parece ter se tornado mais penoso e difícil do que realmente o é.

Quando a pessoa que esperava ser aprovada em um ano verifica que este objetivo demandará – ao menos – três, por exemplo, o ciclo de procrastinação entra em cena. “Ora, já que vai demorar tanto, se eu ficar mais meia hora aqui na rede social, não afetará em nada”. E aquela meia hora, viram duas horas e, nessa, a exceção vira regra.

Passados os três anos, você verifica que não produziu nem o que você havia produzido naquele primeiro ano – quando acreditava que as coisas eram mais fáceis. Ou seja: O ritmo que deveria ter aumentado, diminuiu consideravelmente.

Mas você esqueceu de incluir mais um ano naqueles três, correto?

Continua fazendo a conta como se estivesse ganhando bagagem. Aí vem a nova frustração. E o que parecia difícil, agora parece inatingível.

Pronto. Você criou super-heróis só seus! Começa a olhar aqueles que passaram como pessoas que tem algo a mais, ou receberam alguma facilidade a mais da vida. Errado. O lance não é ver o que estas pessoas têm/são. Mas você analisar o que você FAZ. Especialmente, quantas vezes você programou mal a sua meta em relação às suas ações e como você deixou de reprogramar o tempo em razão das vezes que você mesmo não cumpriu o programado.

Essa perda de entusiasmo e o vício de procrastinar se relacionam muito mais com o foco que foi direcionado para os nossos objetivos (ou perdidos, dispersos em comodidades fáceis e líquidas) do que efetivamente com o que chamamos de preguiça.

Por isso falei inicialmente nos ocidentais. Porque para os orientais, a ideia de que grandes conquistas demandam grandes esforços (ou grandes períodos de tempo dedicado a elas) é algo instintivo e óbvio. Quanto mais elevado for o seu objetivo, maior a dedicação naquele sentido. Eles sabem que tudo é fruto de um processo de amadurecimento e conquista. Notem: Processo; Não ato!

Por aqui só queremos a parte da conquista... Não olhamos, inicialmente, para o que DE FATO é feito em prol dela. Aí nos tornamos suscetíveis a alterar o rumo das coisas e a agigantar aquilo que deve ser um pequeno esforço diário – e não a sua sentença de morte.

Estabelecido que você já consegue cumprir aquele número diário de estudo, aumenta-se a carga. Assim, seu corpo já estará pronto para absorver mais conteúdo por dia - uma vez que você não chegou do zero e partiu para dez horas de estudo diários, por exemplo.

A rigor, o que nos faz parecer estarmos com preguiça é, em verdade, estarmos mal direcionados e antenados com o propósito que estabelecemos.

Em qualquer área, se você estabeleceu que a atividade X, com o salário X e aquela modalidade de realização pessoal e estabilidade financeira é o que você quer para a sua vida, isto deve corresponder ao que você está disposto a fazer até alcançar. Tudo o que for feito neste sentido deve parecer, de alguma forma, gratificante aos seus olhos... Afinal, são os tais tijolos do castelo.

Não podemos esperar investir muito pouco e auferir o nosso céu.... O erro foi de programação e de escolhas.

Quando você está conectado com as suas decisões, todo passo naquele sentido vai lhe parecer algo positivo, de modo que o sentimento será o inverso ao dessa aparente preguiça: Você ficará viciado em “matar os conteúdos” e chegará – ao extremo – de se sentir em dívida com você mesmo quando não verter o seu máximo para sentar e estudar.

Mas, repito, não acorde amanhã e espere se sentir assim. Programe uma dose inicial e se cobre ir aumentando isso ao longo das semanas/meses.

Portanto, abram os olhos: A preguiça pode ser controlada com a disciplina!

Aquela velha história de “quando cansar aprender a descansar, não a desistir”. Entretanto, não se traiam aferindo mal o que realmente acontece com a sua rotina. Verifique as metas estabelecidas e as estratégias traçadas. Veja se a execução está em uma crescente e ajuste as falhas. Falhar é normal! O diferencial é o que fazemos para percebê-las e, principalmente, corrigi-las – devolvendo, assim, o trem para o trilho da rota que queremos seguir!

Bons estudos!!!!


Posts Relacionados

                                                                                                                                           Trajetória

Trajetória

Respondendo às mensagens sobre a minha trajetória até me tornar Delegada de Po

→ Leia mais...
Thaianne Moraes

Thaianne Moraes


Delegada de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Especialista em Direito Público Professora de Direito Constitucional em cursos preparatórios para concursos Autora de livros voltados para concursos públicos Palestrante

→ Veja o Perfil Completo